Filme do Dia: Plata Quemada (2000), Marcelo Piñeyro


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Plata Quemada (Argentina/França/Espanha/Uruguai, 2000). Direção: Marcelo Piñeyro. Rot. adaptado: Marcelo Piñeyro & Marcelo Figueras, baseado no romance homônimo de Ricardo Piglia. Fotografia: Alfredo F. Mayo. Música: Osvaldo Montes. Montagem: Juan Carlos Macías. Dir. de arte: Belén Bernuy, Margarita Gómez  Noemí Nemirovsky, Jorge Ferrari & Juan Mario Roust. Cenografia: Ugo Guzzo. Com: Eduardo Noriega, Leonardo Sbaraglia, Pablo Echarri, Leticia Brédice, Ricardo Bartis, Dolores Fonzi, Carlos Roffé, Héctor Alterio.
Em uma de suas incursões aos banheiros públicos atrás de sexo, Nene (Sbaraglia) conhece Angel (Noriega), que torna-se seu amante. Juntos, conhecidos como Gêmeos, passam a ser uma dupla inseparável, embora Angel, em pouco tempo, rejeite qualquer contato físico com Nene. Após um assalto e a morte de dois policiais argentinos, em 1965, escondem-se no Uruguai, juntamente com o chefe do grupo Fontana (Bartis) e um terceiro jovem, com quem sempre andam juntos, El Cuervo (Echarri). Através da amante de Cuervo, Vivi (Fonzi), torturada, a polícia sabe que eles encontram-se no Uruguai. Após uma concentração forçadas de dias intermináveis, os jovens se rebelam contra as ordens de Fontana e saem para divertir-se. Em suas investidas atrás de sexo em cinemas e espeluncas, Nene envolve-se com Giselle (Brédice), com quem passa a ter um caso. Angel, que se recupera do tiro que levou na ação,  piora de suas crises psicóticas e afasta-se do convívio dos outros. Fugindo da polícia, refugiam-se na casa de Giselle, onde Nene decide expulsá-la e permanecer ao lado de Angel. Giselle conta tudo à polícia e eles são cercados por um grande grupo de policiais, porém preferem não entregar-se, resistindo em uma orgia suicida regada a cocaína e heroína, ferindo e matando vários policiais e queimando todo a fortuna que roubaram antes de serem mortos.
Essa produção que visa o mercado internacional é prejudicada pela sua própria falta de identidade – elemento que produções mexicanas igualmente dirigidas para o mercado internacional como E Sua Mãe Também e Amores Brutos não perderam de todo. Sendo fiel quase que somente as convenções de um “cinema de qualidade” europeu ou norte-americano, torna-se problemática a sua vinculação seja ao mero filme de entretenimento ou, ainda pior, a um cinema de pretensões artísticas, no sentido de que o delineamento pífio de seus personagens torna-se por demais esquemático e superficial para ser envolvente. Bem cuidadas são sua direção de arte, fotografia, direção de atores e o repertório musical, que pinça perólas do rico repertório da música pop de então, de Domenico Mondogno a Creadence Clearwater Revival o que, por si só, não chega a dar consistência – e a ocasional narrativa off pseudo-existencial de Nene tampouco ajuda – ao filme. Muito menos a sua vinculação a tradição de filmes de casais problemáticos que gostam da adrenalina das situações perigosas, na tradição de Bonnie & Clyde (1967). Oscar Kramer S.A/Cuatro Cabezas S.A/Estudios Darwin/Romikin S.A/Patricio Tobal/Editorial Capayán/Fundación Octubre/Ibermedia Program/INCAA/Mandarin Films S.A/Punto B.S.R.L/Taxi Films/Tornasol Films/Vía Digital.120 minutos.


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